Actualmente, precisamos desta canção outra vez.
E agora, não só para África.
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Nowadays, we need this song again.
And this time, not only for Africa.
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USA for Africa - We Are The World - Original Music Video, 1985
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Actualmente, precisamos desta canção outra vez.
E agora, não só para África.
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Nowadays, we need this song again.
And this time, not only for Africa.
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USA for Africa - We Are The World - Original Music Video, 1985
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“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”
Bertold Brecht*
* Apesar dste poema ser atribuído a Bertold Brecht,
tenho dúvidas se na realidade não será da autoria de Martin Niemoller.
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"(...) Que o comportamento mais correcto era contentar-se com a situação existente. Mesmo que fosse possível melhorar alguns pormenores - mas isso é uma superstição absurda -, ter-se-ia obtido, na melhor das hipóteses, alguma coisa para os casos futuros, mas seria à custa de um enorme prejuízo causado a si próprio, chamando a especial atenção dos funcionários que estão sempre à espera de vingança. Nunca atrair a atenção! Manter-se calmo, mesmo que isso seja contra a sua natureza! Tentar compreender que este grande organismo judicial se mantém de certo modo eternamente suspenso, e que quando alguém altera algo no seu local, por sua livre vontade, retira o terreno debaixo dos pés, estando sujeito a precipitar-se, enquanto o grande organismo compensa facilmente noutro local a pequena perturbação - pois tudo está ligado - e mantém-se inalterado, quando não se torna - o que até é provável - ainda mais fachado, ainda mais atento, ainda mais rigoroso, ainda mais perverso."
Franz Kafka, in O Processo, 1914
Bertrand Editora - Colecção 11x7, pp.143
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We don’t always need advice.
Sometimes all we need is a hand to hold,
an ear to listen,
and a heart to understand.
Marc and Angel Hack Life
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"A melhor maneira de lidar com os outros é tomá-los por aquilo que eles acham que são e deixá-los em paz."
António Lobo Antunes.
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“O homem é o único animal que cospe na água que bebe.
O homem é o único animal que mata para não comer.
O homem é o único animal que corta a árvore que lhe dá sombra e frutos.
Por isso, está se condenando à morte…”
Benedito Ruy Barbosa, Pantanal
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Parece que está na moda pedir ditaduras...
Leio comentários no Facebook (FB) que me deixam perplexa, boquiaberta e a pensar no assunto. 'Que no tempo do Salazar é que era bom'! E que havia emprego para todos e só não trabalhavam os revolucionários 'de meia tigela' porque, e pelo que li também no FB, queriam viver à custa de quem realmente trabalhava. Ora, nessa época tããão BOA, os que realmente trabalhavam, revolucionários e não revolucionários, mal ganhavam para comer (excepção feita para as Colónias, onde o estilo de vida dos portugueses brancos era totalmente distinto e antagónico do que se vivia na Metrópole). Isto não se diz porquê? Eram criados (sim, criados) dos que estavam em consonância com o sistema, que tinham dinheiro, eram prepotentes e esses sim, não faziam nada porque tinham quem fizesse por eles (havia algumas famílias com posses que não tratavam assim os empregados, sim, neste caso eram empregados e não criados. Mas essas famílias eram uma minoria de pessoas bem formadas).
E agora, passados estes anos todos, queriam que se voltasse ao mesmo. Queriam criados (mal pagos) outra vez. Querem a 'elite' novamente. Mas descansem, porque é o que já está a acontecer. Ainda não perceberam?! Uma ditadura camuflada. Escusam de pedir o que já estão a ter. Mas vão continuar a queixar-se porque ainda consideram que é pouco! O que denota logo um certo hebetismo.
Que país, este! Um povo sem memória!
E desde já previno que isto que aqui escrevo nada tem nada a ver com ser de 'direita' ou de 'esquerda', desengane-se quem assim interpretar estas palavras. Até porque essa numenclatura faz cada vez menos sentido e começa a estar ultrapassada.
Uma coisa é querer um Estado que funcione correctamente, com equidade e com o mínimo de corrupção. Outra, é querer-se um regime ditatorial. Caneco... A História está repleta de 'belos' exemplos de ditaduras. E algum funcionou?
Se calhar eu é que estou maluca e afinal o Pinochet até merece a homenagem que lhe querem fazer.
Também devo estar mentalmente afectada quando penso que Hitler contribuiu para um genocídio.
E provavelmente estou mesmo demente por ser de opinião que homens como Noriega, Fulgêncio Batista, Fidel Castro, Suharto, Saddam Hussein, Bashar al-Assad, Kim Il-Sung, Mao Tse-Tung, Ferdinand Marcos, Mussolini, Estaline, Franco - só para dar alguns exemplos que me ocorrem agora - afinal não eram bons rapazes e só destruíram Seres Humanos.
É: devo ser eu que não tenho as minhas ligações sinápticas a funcionar... Mas de uma coisa eu tenho a certeza: tenho cérebro e memória. Ah...! E penso por mim própria (sei que é algo antiquado, a maioria já pensa em estilo 'manada') e ainda ouso emitir opiniões (sim é uma ousadia porque pelo que sei não é visto com bons olhos um comportamento destes...), vejam só!
Que país, este...
Muito importante não esquecer.
Aqui fica a história dos Direitos Humanos.
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Keep away
from people
who try to belittle
your ambitions.
Small people
always do that,
but the really great
make you feel
that you, too,
can become great.
Mark Twain
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Há 249 dias sem conseguir formar governo, a Bélgica bate recorde mundial e 'rouba' 1º lugar ao Iraque.
Sem governo, porque flamengos e francófonos não se entendem...
Amel MATHLOUTHI - Tunisian girl sings a song during demonstraitons
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Demasiada Loucura é o mais divino Juízo
Para um Olhar criterioso
Demasiado Juízo - a mais severa Loucura
É a Maioria que
Nisto, como em Tudo, prevalece
Consente - e és são
Objecta - és perigoso de imediato
E acorrentado
Emily Dickinson, in "Poemas e Cartas"
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"O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço."
Mário Crespo, in JN, 14.12.2009