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"Não há barreira, fechadura ou ferrolho que possas
impor à liberdade da minha mente."
Virginia Woolf
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"Não há barreira, fechadura ou ferrolho que possas
impor à liberdade da minha mente."
Virginia Woolf
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O primeiro de todos os meus sonhos era sobre
um amante e o seu único amor,
caminhando devagar (pensamento no pensamento)
por alguma verde misteriosa terra
até o meu segundo sonho começar—
o céu é agreste de folhas; que dançam
e dançando arrebatam (e arrebatando rodopiam
sobre um rapaz e uma rapariga que se assustam)
mas essa mera fúria cedo se tornou
silêncio: em mais vasto sempre quem
dois pequeninos seres dormem(bonecas lado a lado)
imóveis sob a mágica
para sempre caindo neve.
E então este sonhador chorou: e então
ela rapidamente sonhou um sonho de primavera
—onde tu e eu estamos a florescer
Edward Estlin Cummings
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Para o optimista todas as portas têm maçanetas e dobradiças,
para o pessimista todas as portas têm trincos e fechaduras.
William Arthur Ward
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A partir de um certo ponto, não há retorno. Este é o ponto que é preciso alcançar.
Franz Kafka
Eis os bombons que te dou:
Uma imagem captada por mim
e
dois versos de um poema de Alexandre O'Neil, que tão bem conheces.
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Simplesmente, simples.
Com muita simplicidade,
de forma simplista.
Mas simplória, jamais!
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Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo
Que dizer do pescoço, às vezes mármore,
às vezes linho, lago, tronco de árvore,
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E o ventre, inconsistente como o lodo?...
E o morno gradeamento dos teus braços?
Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne:
é também água, terra, vento, fogo...
É sobretudo sombra à despedida;
onda de pedra em cada reencontro;
no parque da memória o fugidio
vulto da Primavera em pleno Outono...
Nem só de carne é feito este presídio,
pois no teu corpo existe o mundo todo!
David Mourão-Ferreira, Presídio in “Obra Poética”