* * *
* * *
Depois de eu ter partido de África, Gustav Mohr escreveu-me acerca de uma coisa estranha que se passava com a sepultura de Denys, uma coisa diferente de tudo o que já ouvira contar. “Os massais”, escreveu ele, “referiram ao comissário distrital de Ngongo que, muitas vezes, ao nascer e ao pôr do Sol, viram leões sobre a sepultura de Finch-Hatton nas montanhas. Um leão e uma leoa foram até lá e estiveram muito tempo de pé, ou deitados, em cima da campa. Alguns indianos que por ali passaram de camião ou a caminho de Kajado também os viram. Depois da sua partida, o terreno em redor da campa foi nivelado, tornando-se uma espécie de grande terraço. Suponho que o sítio se tornou de grado dos leões, pois dali avistam toda a planície com o gado e os animais selvagens.”
Era justo e correcto os leões irem até à campa de Denys, transformando-a num monumento africano. “E que afamado seja teu túmulo.” O próprio Lorde Nelson, pensei eu, em Trafalgar Square, só tem leões de pedra.
Karen Blixen, in África Minha, pp.330-331