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Na Vida, como no Xadrêz, há momentos em que não existe nenhuma jogada favorável para ninguém. Desejamos 'passar a vez'. Mas na Vida, como no Xadrêz, isso não é permitido. A jogada tem que ser concretizada. É inevitável fazer o movimento que, qualquer que seja, além de não nos favorecer irá prejudicar-nos. É assim o Xadrez. E a Vida. É o Zugzwang.
* * * Satyagraha * * *
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"A distinção entre a resistência passiva como é entendida e praticada no ocidente do satyagraha que eu desenvolvi como uma doutrina lógica e espiritual. É uma metáfora para a não-violência. Eu frequentemente usava "resistência passiva" e "satyagraha" como termos sinônimos: mas com o desenvolvimento da doutrina do satyagraha, a expressão "resistência passiva" deixa de ser sinônimo, pois a resistência passiva pode fazer uso da violência, como no caso da sufragista e tem sido universalmente reconhecida como uma arma dos fracos. Além disso, resistência passiva não envolve necessariamente a adesão a verdade completa em todas as circunstâncias. Portanto, ela é diferente do satyagraha em três aspectos essenciais: Satyagraha é uma arma dos fortes, e não admite o uso da violência sob qualquer circunstância, e ela sempre insiste em defender a verdade. Acho que isto já fez a distinção perfeitamente clara. "
Mahatma Gandhi
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Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill
'Amigo' in No Reino da Dinamarca
Hoje às 17h16m UTC (ou seja, às 18h16m em Portugal Continental):
Chega o Verão!!!
Hoje é o dia mais longo do ano.
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Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
QuereCongresso de gaivotas neste céu
Como uma la de aves, pios, escarcéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
Donde teria vindo! (Não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
É uma ave estranha: colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...
Alexandre O'Neill
'O Beijo' in No Reino da Dinamarca
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"Não há barreira, fechadura ou ferrolho que possas
impor à liberdade da minha mente."
Virginia Woolf
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"Had I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams."
W.B. Yeats
'He Wishes For the Cloths of Heaven'
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O nosso Mundo tem coisas muito belas!
Aqui fica uma delas.
Que imagem deliciosa!
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E segundo parece, esta fotografia foi tirada cá em Portugal, na Arrábida!
Linda, não é?
Um verdadeiro doce para os sentidos!
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To ride a horse is to ride the sky.
[Namibian Proverb]
Hoje é o Dia Mundial dos Oceanos.
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Os mares são o cinto de segurança de vida
neste planeta. A vida nasceu no mar e está
umbilicalmente ligada à água.
Jacques-Yves Cousteau
Homem livre, tu sempre gostarás do mar.
Charles Baudelaire
VER MAIS AQUI
Comemora-se hoje o 517.º aniversário do Tratado de Tordesilhas,
assinado a 7 de Junho de 1494 por D. João II de Portugal e
D. Fernando II de Aragão (Reino de Castela).
... E o Mundo ficou dividido em dois!
[como se fosse um bolo dividido entre dois gulosos...]
VER AQUI
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[Mapa de Cantino]
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“Para que a dita linha ou raia da dita partição se haja de dar, e dê direita e mais certa que ser puder pelas ditas 370 léguas das ditas ilhas do Cabo Verde à parte do ponente como dito é; e concordado e assentado pelos ditos procuradores de ambas as ditas partes, que dentro de dez meses primeiros seguintes contados do dia da feitura desta capitulação, os ditos senhores seus constituintes hajam de enviar duas ou quatro caravelas, a saber uma ou duas de cada parte ou mais ou menos segundo se acordar pelas ditas partes que são necessárias. As quais para o dito tempo sejam juntas na ilha da Grã-Canária, e enviem em eles cada uma das ditas partes pessoas, assim pilotos como astrólogos e marinheiros, e quaisquer outras pessoas que convenham. Porém que sejam tantos de uma parte como da outra, e que algumas pessoas dos ditos pilotos e astrólogos e marinheiros e pessoas que saibam, que enviarem os ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão e de Aragão, etc., vão no navio ou navios que enviar o dito senhor rei de Portugal e dos Algarves, etc.; e assim mesmo algumas das ditas pessoas que enviar o dito senhor rei de Portugal vão no navio ou navios que enviarem os ditos senhores rei e rainha de Castela e de Aragão, tantos de uma parte como da outra para que juntamente possam melhor ver e reconhecer o mar e os rumos e ventos e graus do Sol e norte, e assinar as léguas sobreditas, tanto que para fazer o sinalamento e limite concorram todos juntos os que forem nos ditos navios que enviarem ambas as partes e levarem seus poderes. Os quais ditos navios todos juntamente continuem seu caminho às ditas ilhas de Cabo Verde, e dali tomarão sua rota direita ao ponente até às ditas 370 léguas, medidas como as ditas pessoas que assim forem acordarem que se devem medir, sem prejuízo das ditas partes. E ali de onde se acabarem se faça o ponto e sinal que convenha, por graus do Sol ou do norte ou por singraduras de léguas, ou como melhor se puderem concordar. A qual dita raia assinem desde o dito pólo árctico ao dito pólo antárctico que é de norte a sul como dito é. E aquilo que assinarem o escrevam e firmem de seus nomes as ditas pessoas que assim forem enviadas por ambas as ditas partes, as quais hão-de levar faculdade e poder das ditas partes, cada um da sua, para fazer o dito sinal e limitação. E feita por eles sendo todos conformes, que seja havida por sinal e limitação perpetuamente para sempre jamais, para que as ditas partes nem alguma delas nem seus sucessores para sempre jamais não o possam contradizer, nem tirar, nem remover em tempo algum, nem por alguma maneira que seja ou ser possa. E se o caso for que a dita raia e limite de pólo a pólo como dito é topar em alguma ilha ou terra firme, que ao começo de tal ilha ou terra que assim for achada onde tocar a dita raia se faça algum sinal ou torre, e que em direito do tal sinal ou torre se continuem daí em diante outros sinais pela tal ilha ou terra em direito da dita raia, os quais partam o que a cada uma das partes pertencer dela. E que os súbditos das ditas partes não sejam ousados os uns de passar à parte dos outros, nem os outros à dos outros passando o dito sinal ou limite em a tal ilha ou terra.”
in Tratado de Tordesilhas e Outros Documentos, Biblioteca da Expansão Portuguesa, Publicações Alfa, 1989
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O primeiro de todos os meus sonhos era sobre
um amante e o seu único amor,
caminhando devagar (pensamento no pensamento)
por alguma verde misteriosa terra
até o meu segundo sonho começar—
o céu é agreste de folhas; que dançam
e dançando arrebatam (e arrebatando rodopiam
sobre um rapaz e uma rapariga que se assustam)
mas essa mera fúria cedo se tornou
silêncio: em mais vasto sempre quem
dois pequeninos seres dormem(bonecas lado a lado)
imóveis sob a mágica
para sempre caindo neve.
E então este sonhador chorou: e então
ela rapidamente sonhou um sonho de primavera
—onde tu e eu estamos a florescer
Edward Estlin Cummings
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Para o optimista todas as portas têm maçanetas e dobradiças,
para o pessimista todas as portas têm trincos e fechaduras.
William Arthur Ward
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