Domingo, 8 de Maio de 2011

 

Um texto com mais de uma centena de anos!

Vale a pena ler. Aliás, vale a pena ler o livro inteiro.

 

 

* * *

 

 

* * *

 

"Uma grande parte da população limita-se nos dias de hoje a vegetar num torpor sombrio e insensível. (...) A grande valorização do minuto, a urgência, motivo mais importante da nossa vida, é sem sombra de dúvida o mais perigoso inimigo da alegria. É esboçando um sorriso nostálgico que lemos os idílios e viagens sentimentais de épocas já passadas. Não tinham os nossos avós tempo para tudo? Quando um dia li a écloga de Friedrich Schlegel acerca do ócio, não consegui evitar este pensamento: o quanto não terias tu suspirado se tivesses de fazer o ttrabalho que nós fazemos!

 

Parece triste, todavia inevitável, que essa pressa da vida que actualmente levamos nos haja influenciado de modo tão agressivo e prejudicial desde a mais tenra idade. Infelizmente, essa precipitação da vida moderna também já há muito se apoderou do nosso parco lazer; a nossa maneira de apreciar algo fica pouco a dever ao nervosismo e à extenuante entrega com que nos dedicamos ao trabalho. 'O mais possível, o mais rápido possível', eis o lema. Resulta daí sempre cada vez mais entretenimento, mas cada vez menos alegria."

 

Hermann Hesse, Da Felicidade, 1899

 

 

publicado por Cleópatra M.P. às 00:32
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