"Deito-me ao comprido na erva. E esqueço do quanto me ensinaram. O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio, O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa. O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos. O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava."
Para o vaivém Discovery, termina uma carreira de 27 anos.
A primeira missão foi em 30 de Agosto de 1984. Em Abril de 1990 colocou o telescópio Hubble em órbita, e ontem iniciou a sua 39.ª e última missão. Foi o primeiro veículo espacial pilotado por uma mulher, Eileen Collins, em 1995. Quatro anos mais tarde, Eileen Collins assumia o comando do vaivém.
Também em 1995, o Discovery tornou-se o primeiro vaivém a fazer o rendez-vous com a Estação Espacial Russa (MIR).
"Que o meu coração esteja sempre aberto às pequenas aves que são os segredos da vida o que quer que cantem é melhor do que conhecer e se os homens não as ouvem estão velhos
que o meu pensamento caminhe pelo faminto e destemido e sedento e servil e mesmo que seja domingo que eu me engane pois sempre que os homens têm razão não são jovens
e que eu não faça nada de útil e te ame muito mais do que verdadeiramente nunca houve ninguém tão louco que não conseguisse chamar a si todo o céu com um sorriso"
"Releio passivamente, recebendo o que sinto como uma inspiração e um livramento, aquelas frases simples de Caeiro, na referência natural do que resulta do pequeno tamanho de sua aldeia. Dali, diz ele, porque é pequena, pode ver-se mais do mundo do que da cidade; e pori sso a aldeia é maior que a cidade...
"Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura."
Frases como estas, que parecem crescer sem vontade que as houvesse dito, limpam-me de toda a metafísica que espontaneamente acrescento à vida. Depois de as ler, chego à minha janela sobre a rua estreita, olho o grande céu e os muitos astros, e sou livre com um esplendor alado cuja vibração me estremece no corpo todo. "Sou do tamanho do que vejo!"Cada vez que penso esta frase com toda a atenção dos meus nervos, ela me parece mais destinada a reconstruir consteladamente o universo. "Sou do tamanho do que vejo!" Que grande posse mental vai desde o poço das emoções profundas até às altas estrelas que se reflectem nele e, assim, em certo modo, ali estão. E já agora, consciente de saber ver, olho a vasta metafísica objectiva dos céus todos com uma segurança que me dá vontade de morrer cantando. "Sou do tamanho do que vejo!" E o vago luar, inteiramente meu, começa a estragar de vago o azul meio-negro do horizonte. Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvageria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade larga aos grandes espaços da matéria vazia. Mas recolho-me e abrando-me. "Sou do tamanho do que vejo!" E a frase fica sendo-me a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer."
Um livro excelente que li na adolescência, e que tenho sempre por perto. De vez em quando, abro-o aleatoriamente e leio um bom bocado. E fico deliciada com as notas que escrevi naquela época, nos bordos das páginas...
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"Embora tivesse de me deitar cedo, às vezes, no inverno, via as estrelas. Costumava olhar para elas, cintilantes e distantes, e ficava a pensar o que é que elas eram. Perguntava a miúdos mais velhos e a adultos, que normalmente só me respondiam: 'São luzes no céu, pazinho.' Que eram luzes no céu também eu via. Mas o que eram elas? Simples lampadazinhas suspensas? Para quê? Sentia uma certa pena delas: uma banalidade cujo enigma eu de certo modo escondia dos meus indiferentes companheiros. Tinha de haver uma resposta mais profunda.
Mal atingi a idade necessáia, os meus pais deram-me o meu primeiro cartão de biblioteca. Parece-me que a biblioteca era na Rua 85, para mim terreno estranho. Imediatamente pedi à bibliotecária alguma coisa que falasse de estrelas. E ela voltou com um livro ilustrado com retratos de homens e mulheres com nomes como Clark Gable e Jean Harlow. Eu reclamei e, por alguma razão que na altura não percebi, ele sorriu e foi buscar outro livro - um dos que eu queria. Abri-o de respiração suspensa e li até encontrar. O livro dizia uma coisa espantosa, um enorme pensamento. Dizia que as estrelas eram sóis, só que muito distantes. O Sol era uma estrela, mas próxima. (...) Não tinha a mínima hipótese de calcular a distância até às estrelas. Mas sabia que, se as estrelas eram sóis, tinham de estar muito, muito longe - mais longe que a Rua 85, mais longe do que Manhattan, provavelmente mais longe do que a Nova Jérsia. O cosmos era muito maior do que eu tinha imaginado. (...) Então, nesse caso, pensei eu, é legítimo pensar que as outras estrelas também têm planetas, que ainda não detectámos, e que alguns dessoutros planetas devem ter vida (porque não?), um tipo de vida provavelmente diferente daquela que nós conhecemos, a vida em Brooklyn. E assim decidi que havia de ser astrónomo, estudar as estrelas e planetas e, se pudesse, ir visitá-los. (...)
O que são as estrelas? É uma pergunta tão natural como o sorriso duma criança. E nós sempre a fizemos. O que distingue a nossa época é que, finalmente, sabemos algumas das respostas. (...)
O que é que os nossos antepassados julgavam que eram as estrelas?"
Carl Sagan (1934 - 1996)
in Cosmos, Edição Gradiva, pp.194-196
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Unreleased music suite - Cosmos Special Edition 1986 by Vangelis
A continuação do clássico Orgulho e Preconceito de Jane Austen.
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'Toda a gente conhece a história de Elizabeth Bennet, que se casou com Mr. Darcy em "Orgulho e Preconceito".
Mas o que aconteceu a Mary, a sua irmã? Todas as irmãs de Mary conquistaram o seu destino: Jane tem um casamento feliz e uma grande família; Lizzie e Mr. Darcy ganharam uma extraordinária reputação social; Lydia conquistou uma reputação bem diferente; e Kitty é requisitada pelos salões mais luxuosos de Londres. Mary, por outro lado, é uma mulher transformada, agora independente de obrigações familiares. Decide escrever um livro onde põe a nu os males do seu país e o drama dos pobres. Mas as suas viagens de pesquisa irão colocar em risco a sua própria vida – e acabarão por lançá-la nos braços do homem que a inspirou. Da brilhante escritora Colleen McCullough, autora de "Pássaros Feridos", um livro de aventuras e romance, em que uma mulher forte e independente deixa a sua marca no mundo.'
Just a perfect day drink Sangria in the park And then later when it gets dark, we go home
Just a perfect day feed animals in the zoo Then later a movie, too, and then home
Oh, it's such a perfect day I'm glad I spend it with you Oh, such a perfect day You just keep me hanging on You just keep me hanging on
Just a perfect day problems all left alone Weekenders on our own it's such fun
Just a perfect day you made me forget myself I thought I was someone else, someone good
Oh, it's such a perfect day I'm glad I spent it with you Oh, such a perfect day You just keep me hanging on You just keep me hanging on
You're going to reap just what you sow You're going to reap just what you sow You're going to reap just what you sow You're going to reap just what you sow
'Chegada a Sidney depois de uma difícil viagem, Elizabeth Drummond, de 16 anos, encontra-se com o seu futuro marido e descobre, para sua infelicidade, que ele a assusta e repugna. Sem outra hipótese, casa com ele e fica relegada numa quinta algures no imenso campo australiano. Nem sequer faz ideia que ele mantém uma amante, a sensual e extrovertida Ruby Costevan.'