Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo Que dizer do pescoço, às vezes mármore, às vezes linho, lago, tronco de árvore, nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E o ventre, inconsistente como o lodo?... E o morno gradeamento dos teus braços? Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne: é também água, terra, vento, fogo...
É sobretudo sombra à despedida; onda de pedra em cada reencontro; no parque da memória o fugidio
vulto da Primavera em pleno Outono... Nem só de carne é feito este presídio, pois no teu corpo existe o mundo todo!
quando se lê este poema e se ouve a interpretação de Camané.
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Sei de um rio sei de um rio em que as únicas estrelas nele sempre debruçadas são as luzes da cidade
Sei de um rio sei de um rio rio onde a própria mentira tem o sabor da verdade sei de um rio
Meu amor dá-me os teus lábios dá-me os lábios desse rio que nasceu na minha sede mas o sonho continua
E a minha boca até quando ao separar-se da tua vai repetindo e lembrando sei de um rio sei de um rio E a minha boca até quando ao separar-se da tua vai repetindo e lembrando sei de um rio sei de um rio
As egípcias maquilhavam os olhos para se protegerem. Um segredo milenar que é agora revelado.
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Sedutora e vaidosa, Cleópatra, a imperatriz egípcia, entrou para a história como uma mulher forte e uma estratega. Mas também marcou pelos seus conhecimentos dos tratamentos de beleza. Ficaram célebres os seus banhos em leite de burra. O que não se sabia até agora é que a pesada maquilhagem dos olhos visava mais do que apenas seduzir.
Cientistas franceses descobriram, segundo o jornal brasileiro "o Globo", que a maquilhagem marcadamente negra dos olhos das mulheres egípcias da altura ajudavam a manter afastadas doenças oculares.
O estudo foi publicado na revista científica "Analytical Chemistry" e, depois de uma detalhada análise, revela a importância dos sais utilizados durante séculos na pintura dos olhos. É que, se utilizados em doses reduzidas, certos sais produzem óxido nítrico, a verdadeira razão do sucesso da maquilhagem egípcia.
O óxido nítrico estimula o sistema de defesa humano na destruição de bactérias causadoras de infecções oculares. Não se sabe, contudo, como as mulheres da Antiguidade descobriram os efeitos dos sais.
Até há pouco tempo, a ideia geral é justamente a contrária à descoberta pelos cientistas franceses. Um olhar literalmente fatal, devido à presença de cloreto de chumbo naquele tipo de pinturas. Mas, os autores do estudo já citado explicam que as doses deste sal eram tão reduzidas que acabavam por ter um efeito positivo sobre a saúde feminina.
O coordenador da pesquisa, Philippe Walter, explica que chegou a estas conclusões através do desenvolvimento de um electrodo com a espessura equivalente a de um decido da espessura de um fio de cabelo para investigar o efeito do cloreto de sódio sobre uma única célula humana. O resultado foi a libertação pela célula de substâncias de defesa. Assim, o investigador está convencido de que ao se maquilhar, as mulheres egípcias procuravam não apenas um método de cosmética mas também uma forma de se protegerem.
Não quero amor que não saiba dominar-se, desse, como vinho espumante, que parte o copo e se entorna, perdido num instante.
Dá-me esse amor fresco e puro como a tua chuva, que abençoa a terra sequiosa, e enche as talhas do lar. Amor que penetre até ao centro da vida, e dali se estenda como seiva invisível, até aos ramos da árvore da existência, e faça nascer as flores e os frutos. Dá-me esse amor que conserva tranquilo o coração, na plenitude da paz!
Rabindranath Tagore
Amor Pacífico e Fecundo in "O Coração da Primavera"
Nós os dois. Por acaso. Uma casa antiga, muito grande, estilo colonial. Branca. Portas e janelas em madeira pintada de azul turquesa. Linda. Árvores de grande porte na frente. Frondosas. Em fila. O casamento de alguém. Não me lembro quem. Para dizer a verdade, nem interessa, sabes? O importante éramos nós os dois, ali, assim sem contarmos. Sem termos feito nada para que acontecesse. Acaso. Será? Acaso? Nem sei, imagina lá tu. Claro que foi acaso. Não! Não foi nada disso. Há certas coisas na vida que não são acasos. Esta foi uma delas. Um momento indelével. Sem jogos, sem xeque-mate. Sem medo. Sem medos. Várias centelhas felizes dentro de um momento único.
A felicidade e a alegria que sentimos depois de tanto tempo de afastamento. Ai como é bom sentir o amor verdadeiro, o privilégio que é sermos um puzzle de duas peças.
O amor? Sim, acredito. Claro que acredito. Provas? Tenho várias! Mas nem precisava, sabes disso...
A festa? Era um casamento, já te disse, distraído! As pessoas, os convidados? Nem sei. Acreditas que não consigo lembrar-me? Quando te olhei, não vi mais ninguém. Mas tu certamente também não recordas quem lá estava, e nem eu te perguntaria por eles. Não interessa. Eram apenas os outros.
Depois olhei-te novamente e... vi-te. A minha alma aqueceu. E como aqueceu! A minha alma sempre aquecia de cada vez que te via. E essa particularidade não mudou. Ali estávamos nós, tão bem, tão maravilhosamente bem. Desaparecemos da festa, por um dos vários corredores da mansão. A correr de mão dada, os nossos pés a baterem com força no chão de madeira. Duas crianças que não conseguem disfarçar a felicidade que sentem. Tenho a certeza que nos perdoaram o egoísmo.
Quando nos encontraremos de novo? Mais logo? Então tenho que adormecer... encontro-te do outro lado.
"(...) a humanidade é muito estranha. Que mais? Explicar que sou um grande homem e não digo que sou uma grande mulher pela mesma razão por que não existe onço, só onça, nem foco, só foca, tudo isso é um bobajol de quem não tem o que fazer ou fica preso a idiossincrasias da língua, como aquelas cretinas feministas americanas que queria mudar history para herstory, como se o his do começo da palavra fosse a mesma coisa que um pronome possessivo do gênero masculino, a imbecilidade humana não tem limites. Sou um grande homem fêmea, da mesma forma que os grandes homens machos são grandes homens machos, fica-se catando picuinha porque o nome da espécie é por acaso masculino e não neutro, como é possível que seja em alguma outra língua, como se a gramática resolvesse alguma coisa nesse caso. Explicar isso, não existem grandes homens e grandes mulheres, existem grandes homens machos e grandes homens fêmeas. não há nada mais ridículo do que galeria de grandes mulheres, isso e aquilo, fico morta de vergonha. A espécie é humana, como Panthera uncius, Panthera leo, um onça, no feminino por acaso, outro leão, no masculino por acaso, uma questão de língua exclusivamente. Explicar isso como quem explica a um marciano. A um terráqueo. Escuta aqui, terráqueo, deixa de ser débil mental. Bem, ambições inúteis (...). Que mais? Nada, (...)"
João Ubaldo Ribeiro, in "A Casa dos Budas Ditosos", pp.23-24
Don't come after Come Don't come after Please don't follow me along When you read this I'll be gone Ask the mountains Springs and fountains Why couldn't this go on? Couldn't our happiness go on? Ask the sun that lightens up the sky When the night gives in, to tell you why Ask the mountains Wild woods, highlands Ask the green in the woods and the trees The cold breeze coming in from the sea Springs and fountains Ask the mountains Springs and fountains Ask the sun that lightens up the sky When the night gives in, to tell you why Tell the mountains Springs and fountains Why couldn't this go on? Couldn't our happiness go on?
Como corre a gazela pela sombra dos bosques, enlouquecida pelo próprio perfume, assim corro eu, enlouquecido, nesta noite do coração de maio aquecida pela brisa do Sul.
Perdi o caminho e erro ao acaso. Quero o que não tenho, e tenho o que não quero.
A imagem do meu próprio desejo sai do meu coração e, dançando diante de mim, cintila uma e outra vez, subitamente.
Quero agarrá-la, mas escapa-se. E, já longe, chama-me outra vez do atalho ... Quero o que não tenho e tenho o que não quero.
I was childish and unfair To you, my only friend I regret, but now it's too late I can't show you any more The things I've learned from you Cause life just took you away I'm asking why I'm asking why Nobody gives an answer I'm just asking why But someday we'll meet again And I'll ask you I'll ask you why Why it has to be like this I'm asking you why Please give me an answer Many years and stupid fights Till we accept to see How it was and it'll always be Why it has to be like this Why we don't realize Why we're too blind to see the one Who's always on our side I'm asking why I'm asking why Nobody gives an answer I'm just asking why Just tell me why
Why it has to be like this That the good ones disappear I'm asking you why I'm asking why I'm asking why Nobody gives an answer I'm just asking why I'm asking why