Quarta-feira, 30 de Junho de 2010

 

 

Como uma simples ideia pode mudar o Mundo...


 

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Terça-feira, 29 de Junho de 2010

 

 

Hoje um amigo fez-me recordar este poema maravilhoso de Eduardo Alves da Costa, cuja autoria é muitas vezes atribuída, erradamente, ao poeta russo Maiakovski.

 

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Assim como a criança
humildemente afaga
a imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakósvki.
Não importa o que me possa acontecer
por andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,
aprendi a ter coragem.

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho e nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz:
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de meu quarto
a ousadia me afogueia as faces
e eu fantasio um levante;
mas amanhã,
diante do juiz,
talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.

Olho ao redor
e o que vejo
e acabo por repetir
são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
e a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam
pela gola do paletó
à porta do templo
e me pedem que aguarde
até que a Democracia
se digne aparecer no balcão.
Mas eu sei,
porque não estou amedrontado
a ponto de cegar, que ela tem uma espada
a lhe espetar as costelas
e o riso que nos mostra
é uma tênue cortina
lançada sobre os arsenais.

Vamos ao campo
e não os vemos ao nosso lado,
no plantio.
Mas no tempo da colheita
lá estão
e acabam por nos roubar
até o último grão de trigo.
Dizem-nos que de nós emana o poder
mas sempre o temos contra nós.
Dizem-nos que é preciso
defender nossos lares,
mas se nos rebelamos contra a opressão
é sobre nós que marcham os soldados.

E por temor eu me calo.
Por temor, aceito a condição
de falso democrata
e rotulo meus gestos
com a palavra liberdade,
procurando, num sorriso,
esconder minha dor
diante de meus superiores.
Mas dentro de mim,
com a potência de um milhão de vozes,
o coração grita - MENTIRA!

 

 

Eduardo Alves da Costa, No caminho com Maiakóvski, 1936

 


publicado por Cleópatra M.P. às 09:53
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Domingo, 27 de Junho de 2010

 

 

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* Mono - Moonlight *



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Sábado, 26 de Junho de 2010

 

 

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Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Às vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.


 

William Shakespeare

 

 

* Natalie Cole - I Miss You Like Crazy *

 

 


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Quarta-feira, 23 de Junho de 2010

 

 

Filme baseado em factos verídicos.

 

Henri Charrière (1906 - 1973), escritor francês, autor do livro 'Papillon' e ex-militar da marinha francesa, foi condenado injustamente à pena de prisão perpétua e mandado para o exílio na Ilha do Diabo, Guiana Francesa. Aí conheceu outros personagens os quais participaram no seu livro.


 

 

 

 

 

Um dos últimos filmes protagonizados por Steve McQueen (1930 - 1980)

 

                  

 

 

                            


*Jerry Goldsmith - Theme From Papillon*

 


 

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Terça-feira, 22 de Junho de 2010
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Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte! O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!

Tu és os nossos corpos e as nossas almas e o nosso amor és tu também.

Onde nada está tu habitas e onde tudo está - (o teu templo) - eis o teu corpo.

Dá-me alma para te servir e alma para te amar.

Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.

Torna-me puro como a água e alto como o céu. Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos. Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.

Minha vida seja digna da tua presença. Meu corpo seja digno da terra, tua cama.

Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.

Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.

Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim.

 

 

Fernando Pessoa in "O Eu Profundo"

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Segunda-feira, 21 de Junho de 2010

 

 

Solstício de Verão no hemisfério Norte.

 

O dia mais longo do ano...

 

 

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O Solstício de Verão 'entra' hoje às 11h28m

 

 

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E no meio de um inverno eu finalmente
aprendi que havia dentro de mim
um verão invencível.

 

Albert Camus

 


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Sexta-feira, 18 de Junho de 2010

 

 

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Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento ...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva ...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ...

 


Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXI"

 

 

* Julee Cruise - The World Spins *


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Quinta-feira, 17 de Junho de 2010

 

 

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Meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais;

há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo,

pois estou longe de ser uma pessimista;

sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada,

uma alma que não se sente bem onde está,

que tem saudade… sei lá de quê!


 

Florbela Espanca, in "Cartas a Guido Battelli"


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Terça-feira, 15 de Junho de 2010

 

 

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Por céus e mares eu andei,
Vi um poeta e vi um rei
Na esperança de saber
O que é o amor.

Ninguém sabia me dizer,
Eu já queria até morrer
Quando um velhinho
Com uma flor assim falou:

O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor.

 

 

Vinícius de Moraes, O Velho e a Flor

 

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Segunda-feira, 14 de Junho de 2010

 

 

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Sábado, 12 de Junho de 2010

 

 

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O que as grandes e puras afeições têm


de bom é que depois da felicidade de as


ter sentido, resta ainda a felicidade

 

de recordá-las.

 

 

Alexandre Dumas filho

 

 

 

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Sexta-feira, 11 de Junho de 2010
 

 

 

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NÃO! ERAM DE TANGERINA.jpg

 

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E eu te beijava
sem me dar conta
de que não te dizia:
Oh lábios de cereja!

(...)

Federico García Lorca

E eu te beijava in 'Poemas Esparsos'

 

 

 

 

* Dora - A Vida Inteira*

 

 


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Quinta-feira, 10 de Junho de 2010

 

 

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Quarta-feira, 9 de Junho de 2010
 

 

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 MORENA.jpg

 

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Não negues, confessa
Que tens certa pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena.

Pois eu não gostava,
Parece-me a mim,
De ver o teu rosto
Da cor do jasmim.

Eu não... mas enfim
É fraca a razão,
Pois pouco te importa
Que eu goste ou que não.

Mas olha as violetas
Que, sendo umas pretas,
O cheiro que têm!
Vê lá que seria,
Se Deus as fizesse
Morenas também!

Tu és a mais rara
De todas as rosas;
E as coisas mais raras
São mais preciosas.

Há rosas dobradas
E há-as singelas;
Mas são todas elas
Azuis, amarelas,
De cor de açucenas,
De muita outra cor;
Mas rosas morenas,
Só tu, linda flor.

E olha que foram
Morenas e bem
As moças mais lindas
De Jerusalém.
E a Virgem Maria
Não sei... mas seria
Morena também.

Moreno era Cristo.
Vê lá depois disto
Se ainda tens pena
Que as mais raparigas
Te chamem morena!



Guerra Junqueiro, Morena in 'A Musa em Férias'

 


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Terça-feira, 8 de Junho de 2010

 

 

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O Homem e o Mar Homem livre, o oceano é um espelho fulgente
Que tu sempre hás-de amar. No seu dorso agitado,
Como em puro cristal, contemplas, retratado,
Teu íntimo sentir, teu coração ardente.

Gostas de te banhar na tua própria imagem.
Dás-lhe beijo até, e, às vezes, teus gemidos
Nem sentes, ao escutar os gritos doloridos,
As queixas que ele diz em mística linguagem.

Vós sois, ambos os dois, discretos tenebrosos;
Homem, ninguém sondou teus negros paroxismos,
Ó mar, ninguém conhece os teus fundos abismos;
Os segredos guardais, avaros, receosos!

E há séculos mil, séc'ulos inumeráveis,
Que os dois vos combateis n'uma luta selvagem,
De tal modo gostais n'uma luta selvagem,
Eternos lutador's ó irmãos implacáveis!



Charles Baudelaire, O Homem e o Mar, in "As Flores do Mal"

 

 

 

 

 

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Segunda-feira, 7 de Junho de 2010

 

 

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Domingo, 6 de Junho de 2010
 
 
 
 
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CORTANDO O AR CORTANDO O MAR

 

 

 

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O amor é o amor — e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?...

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor
e trocamos — somos um? somos dois?
espírito e calor!

O amor é o amor — e depois?

 

 


Alexandre O'Neill, O Amor é o Amor in 'Abandono Vigiado'

 

 

 

 

*Snowy White - Bird of Paradise*

 

 

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Sábado, 5 de Junho de 2010

 

 

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Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso.


 

Antoine de Saint-Exupéry, Acaso

 


 

*Moby - Love Should*

 

 

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Sexta-feira, 4 de Junho de 2010

 

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