"A suposição de que a identidade de uma pessoa transcende, em grandeza e importância, tudo o que ela possa fazer ou produzir é um elemento indispensável da dignidade humana. (...) Só os vulgares consentirão em atribuir a sua dignidade ao que fizeram; em virtude dessa condescendência serão «escravos e prisioneiros» das suas próprias faculdades e descobrirão, caso lhes reste algo mais que mera vaidade estulta, que ser escravo e prisioneiro de si mesmo é tão ou mais amargo e humilhante que ser escravo de outrem."
Hannah Arendt, in A Condição Humana
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Muito actual, apesar de ter sido escrito em 1958. Aliás, é um livro que será sempre actual. Não é de leitura propriamente 'fácil'. É necessário tempo e disponibilidade mental para entender certas partes do livro. Mas acima de tudo, é necessária uma grande vontade de o ler e de apreender a densidade de informação que Hannah Arendt nos oferece nesta obra.
Hannah Arendt (1906-1975) nasceu em Hannover numa família de judeus alemães, tendo logo na sua infância ido viver para Konigsberg.
Devido ao nazismo foi forçada a fugir das denúncias à Gestapo e dos campos de uma morte quase certa. Primeiro foi para Paris, em 1933, e na década de 40 mudou-se para Nova Iorque, onde viveu até ao final dos seus dias.
É considerada uma das maiores filósofas do século XX.
Cleo
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