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Revi ontem este filme, no Canal 2.
E Novembro, já está no fim...
'Sweet'? 'Bitter'? ...ambos?
Ambos! Sim. Definitivamente, ambos.
Cleo
... e tu, como vais?
Nem imaginas como gostava de saber... (ou até imaginarás, não sei.)
Mas nem sequer posso perguntar por ti, mesmo que seja só para saber 'como vais'...
Cleo
VER E OUVIR AQUI (obrigatório!)
http://www.youtube.com/watch?v=-pNpR6KGLEk
“Foi um dia, e outro dia, e outro ainda.
Só isso: o céu azul, a sombra lisa,
o livro aberto.
E algumas palavras. Poucas,
ditas como por acaso.
Eram contudo palavras de amor.
Não propriamente ditas,
antes adivinhadas. Ou só pressentidas.
Como folhas verdes de passagem.
Um verde, digamos, brilhante,
de laranjeiras.
Foi como se de repente chovesse:
as folhas, quero dizer, as palavras
brilharam. Não que fossem ditas,
mas eram de amor, embora só adivinhadas.
Por isso brilhavam. Como folhas
molhadas.”
Eugénio de Andrade, Os Sulcos da Sede
(Imagem: John William Waterhouse, Rose)
"Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperançar louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte."
Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca
E a morte não é mais
Pra nós."
Marcus Viana, A Miragem
"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."
Oswaldo Montenegro, Metade
"Pára um momento durante o dia e deixa que o Sol
inunde de luz o teu rosto. Pára um momento
para escutar a música do riso das crianças brincando.
Vai até à margem do rio e ouve o som das águas,
o chilrear das aves, a brisa que passa.
É o mundo à tua volta que te fala,
que te inspira. Se escutares com atenção,
ouvirás a tua voz interior, terás o poder
e a capacidade para fazer a diferença."
Erin Brockovich, Take It From Me
"Sobre o cume de todas as montanhas,
há paz.
Sobre o topo de todas as árvores,
percebe-se, vago,
um sopro.
As avezitas da floresta estão silenciosas.
Espera; em breve, também tu
terás paz."
Goethe
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... mais um bombom que um amigo me ofereceu:
"Existem pessoas nas nossas vidas que nos fazem felizes pela simples casualidade de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem o caminho a nosso lado, vendo muitas luas passar, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas chamamos amigos e há muitas classes deles. Talvez cada folha de uma árvore represente um dos nossos amigos. Os primeiros a nascer são o nosso amigo Pai e a nossa amiga Mãe, que nos mostram o que é a vida. Depois, vêm os amigos Irmãos, com quem dividimos o nosso espaço para que possam florescer como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas a quem respeitamos e desejamos o bem. Mas o destino apresenta-nos a outros amigos, os quais não sabíamos que iriam cruzar-se no nosso caminho. A muitos deles chamamos amigos da alma e do coração. São sinceros, verdadeiros, sabem quando não estamos bem o que nos faz feliz. E, por vezes, um desses nossos amigos da alma estala no nosso coração e então chamamos-lhe um amigo namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios e saltos aos nossos pés. Mas também há aqueles amigos de passagem, talvez umas férias ou uns dias ou umas horas. Eles colocam-nos sorrisos no rosto durante o tempo que estamos com eles. Não podemos esquecer os amigos distantes, aqueles que estão na "ponta das ramas" e que quando o vento sopra, sempre aparecem entre uma folha e outra. O tempo passa, o Verão vai-se, o Outono aproxima-se e perdemos algumas das nossas folhas, algumas nascem noutro Verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais felizes é que as folhas que caíram continuam juntas, alimentando a nossa raiz com alegria. São recordações de momentos maravilhosos de quando se cruzaram no nosso caminho. Cada pessoa que passa na nossa vida é única. Deixa sempre um pouco de si e leva um pouco de nós. Haverá os que levam muito, mas não haverá os que não nos deixam nada!
Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por casualidade."
Existem sorrisos assim! Sério!! Existem mesmo!! ;-)
Cleo
Sem Maria Callas, mas com Woodstock (música), Snoopy (a atrapalhar...) e Sally (patinadora)!
Cleópatra
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Foi a 9 de Novembro de 1989 que o presidente do Partido Comunista da República Democrática Alemã - RDA, Egon Krenz, anunciou a abertura do Muro de Berlim e da fronteira entre o seu país e a República Federal da Alemanha - RFA.
A queda do Muro de Berlim, construído durante a Guerra Fria, foi um acto de libertação, em consequência do qual se deu o reencontro da Europa de Leste com a liberdade.
Eu tinha 15 anos e lembro-me muito bem desse momento e das notícias que se viam e ouviam nos dias seguintes. Lembro-me também de ter plena consciência de que se tratava de um acontecimento importante e que de alguma forma, alguma coisa iria mudar no Mundo tal como o conhecíamos.
Hoje em dia, são muitas as vezes em que coloco a palavra liberdade entre aspas. Relativamente a muitos temas. Cada vez mais se assiste a uma deturpação do termo liberdade... mas esta minha deambulação fica para uma próxima oportunidade!
Para outra oportunidade fica também uma reflexão sobre tantos outros ‘Muros da Vergonha’ que lamentavelmente ainda existem em vários locais do Mundo.
Hoje é dia para comemorar os 20 anos da queda do Muro de Berlim, que significou um grande desejo de libertação.
Cleópatra
"Durante muitos anos esperamos encontrar alguém que nos compreenda, alguém que nos aceite como somos, capaz de oferecer-nos a felicidade, apesar de todos os difíceis obstáculos. Só ontem descobri que esse mágico 'alguém' é o rosto que vemos no espelho."
Richard Bach, A Ponte Para a Eternidade
Será mesmo assim? Claro que é fundamental sermos essa pessoa 'mágica' em relação a nós próprios. Isso nem contesto! Sentirmo-nos bem como somos, conhecermo-nos e fazermos as pazes connosco é realmente parte importante do caminho para a felicidade.
Mas acredito e quero continuar a acreditar que existe sempre alguém para além de nós próprios, que nos vê como realmente somos e gosta! E que quer fazer parte da nossa Vida!
E também acredito que encontraremos esse 'alguém', algures no tempo e no espaço, e que nos fará mais felizes ainda...
Cleópatra